22 de junho, uma data que jamais será esquecida pelo torcedor tricolor. Foi nela, que em uma noite fria de inverno, jogando no Rio de Janeiro, o Paulista conquistou a maior de suas glórias, tornando-se campeão da Copa do Brasil, elevando a sua história ao patamar mais alto e levando o seu nome para além das fronteiras nacionais.
Graças ao vice-campeonato estadual conquistado um ano antes,
o Galo ganhou o direito de disputar a competição. Foi uma trajetória enfrentada
com garra e que já começou difícil.
Poucos se lembram deste detalhe, mas a
tabela inicial da competição previa na primeira fase o enfrentamento contra o
Glória, um pequeno clube gaúcho. Mas o clube de Vacaria desistiu e sua vaga
ficou com o Juventude, que então figurava na Séria A do Campeonato Brasileiro.
Na primeira partida, no Jayme Cintra, de cara uma vitória suada, conquistada no
último minuto com gol de pênalti de Davi. Um prenúncio de que o caminho não
seria fácil. A pequena vantagem foi suficiente para segurarmos o empate em
Caxias do Sul e termos o direito de enfrentar o Botafogo carioca.
O Glorioso veio até Jundiaí e, debaixo de muita chuva,
arrancou um empate com um gol duvidoso. Muitos já davam como certa a eliminação
da equipe jundiaiense que jogaria no Maracanã e tremeria diante das grandezas
do estádio e do adversário. Mas quem fez tremer foi o Galo. Fez tremer de
alegria os corações dos torcedores conquistando heroicamente a classificação no
maior estádio do mundo.
Nas oitavas de final, o Internacional de Muricy Ramalho. O
mesmo técnico que pouco mais de um ano antes havia nos privado do direito de
sermos campeões paulistas, quando comandava o São Caetano. O Paulista começava
a se agigantar. No Beira-Rio lotado perdeu pela contagem mínima. No jogo de
volta, num dos jogos mais fantásticos da história tricolor, devolveu o placar e
na mais dramática das decisões por pênaltis conseguiu avançar ainda mais.
Nas quartas, o não tão grande, mas nem por isso, menos
difícil, Figueirense. Mais uma vez a vaga contra o time catarinense foi
decidida nos pênaltis. E não há decisões como estas que não sejam dramáticas.
O Paulista avançava e então veio o Cruzeiro, com uma equipe
que atropelava os seus adversários e tinha o matador Fred em seu ataque. Mas
nós tínhamos Mossoró, Rafael Bracali, Cristian, Fábio Gomes, Dema, Réver,
Anderson, Julinho e outros brilhantes guerreiros, que sob o comando do eterno
capitão Mancini, não deixaram de acreditar em nenhum segundo. Nem mesmo quando
o placar adverso de três gols de diferença em pleno Mineirão parecia que
acabaria com o sonho. Não era hora e nem vez disso. Como num passe de mágica,
Cristian soltou a perna não uma, mas duas vezes, para levar ainda mais o
Paulista próximo do paraíso.
E quando Paulista e Fluminense entraram no gramado do Jayme
Cintra, o impossível havia se tornado possível. A torcida sabia que chegara a
hora e fez uma das festas mais lindas vistas em Jundiaí. Mais uma vez dentro de
campo, os guerreiros corresponderam. Mossoró e Léo foram os encarregados de
fazer o Alçapão da Serra tremer e continuar sonhando.
Ainda tinha a última batalha. O Paulista precisava segurar
por 90 minutos a pressão do Fluminense, enquanto o torcedor tricolor segurava o
coração no peito e o grito na garganta. E então, ele veio, depois de 96 anos de
espera, o Galo da Serra do Japi cantava mais alto em território nacional. O
Brasil, enfim, era nosso.
Por toda a história fantástica dessa conquista e também
pelas tantas outras nesses mais de 100 anos, é que devemos lembrar e comemorar
esta data, como aquela que colocou em nossa camisa a estrela dourada que
carregamos junto ao peito em cima do nosso belo escudo e que nos faz estufar o
peito e encher a boca para dizer, cada vez mais com muito orgulho, que sempre
seremos Paulista de Jundiaí!
Capitão Anderson levanta a Copa do Brasil |
Torcida do Galo comemorou em pleno estádio São Januário |
Lucas, Cristian, Dema e André Leonel reverenciam a Copa do Brasil |
Márcio Mossoró, um dos heróis da conquista, é carregado nos ombros |
André Zaros, a muralha Rafael Bracali, Wagner Lopes e Lucas com a taça no RJ |
Jundiaí parou para receber seus campeões |