Paulista e Amparo iniciam no
próximo domingo as suas participações oficiais no futebol profissional em 2018.
Apesar de não se encontrarem a muito tempo, o confronto tem muita história, com
direito a decisão de título, confronto direto contra rebaixamento e até amistosos
valendo taças. É a história de uma dessas taças que vamos contar.
No início do século passado
quando o futebol ainda era amador no Brasil, era comum as equipes disputarem
amistosos e serem ofertadas taças para os vencedores dos confrontos, geralmente
patrocinadas por empresários, comerciantes, dirigentes, políticos ou até mesmo torcedores
dos clubes.
Em 1920, nos primeiros confrontos
entre as duas equipes, Paulista e Amparo disputaram dois amistosos valendo a
Taça Amizade, ofertada pelos Srs. Alceu Fontes e Noé Cardelli, admiradores dos
dois clubes.
O Paulista se preparava para a
disputa do Campeonato do Interior válido ainda pelo ano de 1919, enquanto o
Amparo com menos de um ano de vida vinha chamando a atenção no cenário
futebolístico disputando amistosos contra as demais equipes do interior e
também da capital, alcançando bons resultados.
No dia 18 de janeiro de 1920, o
Paulista foi até Amparo enfrentar o time local pela primeira vez na história.
No dia seguinte, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma nota do jogo
informando o resultado de 0 a 0, destacando a dificuldade da partida e a
atuação do goleiro do time amparense, Tuffy, que teria feito assombrosas defesas.
Três semanas depois, no dia 8
de fevereiro de 1920, o Amparo retribuiu a visita do Paulista e veio até
Jundiaí enfrentar o Tricolor no estádio da Vila Leme cujo gramado foi
classificado pelo jornal Correio Paulistano como esplêndido.
No primeiro tempo, os
amparenses mostraram-se melhores organizados e tiveram as melhores
oportunidades, mas pararam na grande atuação do experiente goleiro Bruno
Poltronieri.
Esta partida marcou a estreia
no quadro jundiaiense do centro-avante Camargo, vindo da Ponte Preta de
Campinas e que se tornaria um dos maiores jogadores da história do Paulista
atuando com a camisa tricolor entre 1920 e 1934. Foi dele o primeiro gol da
partida e sua atuação foi classificada como estupenda.
O outro gol da vitória tricolor
foi marcado por Virgílio, sacramentando o placar de 2 a 0 e a conquista da Taça
Amizade, que até hoje ornamenta a sala de troféus do Paulista no estádio Dr. Jayme
Cintra.
Como curiosidade, a escalação
do Paulista nesta partida foi a mesma que pouco mais de dois meses depois
conquistaria o título de Campeão do Interior de 1919, goleando o XV de
Piracicaba na final. O Paulista atuou com Bruno; Lilo e Paulino; Rosa, Virgílio
e Tatu; Batata, Miguel, Camargo, Minguta e Lamaneres.