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Camargo, negro e primeiro grande craque do Paulista

Um clube com 110 anos de vida e muitos títulos, tem muitos ídolos e nomes que fizeram parte de sua história.

No Dia da Consciência Negra, feriado nacional, vale lembrar um grande jogador que era comparado a ninguém menos que Friedenreich, o primeiro grande craque do futebol brasileiro.

E foi lá no início dessa história que o personagem de hoje se destacou.

Benedito Camargo, ou simplesmente Camargo, foi um dos maiores jogadores da história do Paulista e formou ao lado de Minguta e Lamaneres uma das mais famosas linhas de frente do futebol do estado no início da década de 1920.

Nascido em Campinas, Camargo começou a jogar futebol em 1915 pela Ponte Preta.

Em 1920 veio para Jundiaí a convite do presidente do clube Manoel Aníbal Marcondes, disputando nesse ano as finais do certame interiorano de 1919 e a Taça Competência diante do Paulistano de Friedenreich.

Defendendo as cores do Paulista conquistou o bicampeonato do interior nos anos de 1919 e 1921, além de outros títulos de âmbito citadino. Jogou no Tricolor até 1934.

Além de disputar por duas vezes a Taça Competência, o Paulista fez parte da elite estadual entre os anos de 1926 e 1929. Titular absoluto do ataque tricolor, a fama de Camargo corria por todo o estado, não sendo diferente na capital.

Num dos jogos contra o Paulistano, o próprio Friedenreich, já consagrado na época, fez questão de enaltecer a grandeza de Camargo. “El Tigre” teria dito ao avante do Paulista antes de uma partida: “Dizem que sou o melhor futebolista de São Paulo (cidade) e você do interior, hoje vamos ver quem é o melhor.”

Após aposentar-se dos gramados, trabalhou na Prefeitura Municipal de Jundiaí e também foi dirigente do tradicional clube social “28 de Setembro”.

Camargo era chamado por parte da torcida do Paulista de “Charuto Aceso”. Ele mesmo contou o porquê do apelido em matéria da Gazeta Esportiva Ilustrada de 1956:

“É que o Paulista tinha uma grande torcida feminina e, certa vez, as fãs presentearam-me com um gorrinho. Era preto com faixas vermelha e branca, dando a impressão de um charuto aceso. Daí...”



Realmente, a fama do endiabrado Camargo era muito conhecida, dada a facilidade de movimentação e oportunismo, marcando tentos maravilhosos que deram estupendas vitórias ao Paulista, registradas com muito mimo na carreira áurea do amadorismo em Jundiaí.

Camargo é um capitulo a parte na história do Paulista e do futebol jundiaiense.

Rendo aqui também minhas homenagens a ídolos negros da história do Paulista: Zé Dica, Benê, Jaú, Paulistinha, Belé, Tião Macalé, Jurandir, Valdir, Edison Mug, Sérgio, Alex Oliveira, Jean Carlos, Izaías, Dema, Baiano e tantos outros.

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